Um momento delicado da preparação para concursos públicos é quando não há um edital publicado. Pode acontecer por conta de uma reprovação que nos surpreenda no meio do caminho – o jeito é retomar a preparação e aguardar a próxima oportunidade. Acontece também quando iniciamos o estudo com antecedência e ficamos aguardando a publicação de um bom edital para a área escolhida.
Nas duas situações encontramos o mesmo panorama: precisamos encontrar motivação para seguir no estudo, dia após dia. O que dificulta é o fato de que o concurseiro precisa investir tempo que não tem, dinheiro que não tem, para conquistar algo que, naquele momento, ainda não consegue visualizar.
A questão é que esse é um tempo de extrema importância se queremos estar na frente quando o edital for efetivamente publicado. Quando a mídia divulga as notícias de um concurso, com salários estampados em letras enormes, uma multidão se anima e corre para estudar. É aí que fica clara a vantagem de quem teve disciplina e manteve uma rotina de estudos antecipadamente. Quando vem o edital, basta fazer os ajustes necessários quanto ao que houver de surpresas e dar continuidade à manutenção do conteúdo que já estava sendo estudado e que já estará bem sedimentado. A diferença na qualidade e consistência de conhecimento desses concurseiros fica evidente na hora da prova. O conhecimento muito novo é volátil, temos mais dificuldade de manusear as informações ao nos depararmos com as questões. A matéria estudada com antecedência permite maior segurança na análise das questões. Isso permite uma serenidade importante na resolução da prova. É a maturidade de quem vem caminhando há tempos e sabe o que o espera.
O contrário – paralisar a rotina de estudos quando não há edital -, causa um efeito muito ruim. Assemelha-se à subida de uma duna de areia: quando paramos de subir, não permanecemos no mesmo lugar; escorregamos lentamente morro abaixo. O que é um dano gravíssimo para quem está na maratona dos concursos públicos, porque perdemos posições na fila e ficamos mais longe da vaga. O conhecimento precisa ser constantemente exercitado para não cair no esquecimento. Exemplo disso é quando aprendemos uma segunda língua, mas não a exercitamos regularmente. Com o tempo, vamos esquecendo o que em outro momento foi tão natural.
Então, como resolver o impasse? Em primeiro lugar, lembrar que, mais cedo ou mais tarde, virá o edital. Naquela hora, nos arrependeremos amargamente pelo tempo perdido. E o tempo escoa rapidamente. Quando percebermos, meses inteiros poderão ter passado sem que nada fizéssemos em favor do nosso projeto. Outro fato importante a lembrar é o que será a vida depois da aprovação: o que conquistaremos, como será o nosso dia a dia. Buscar materializar com mais clareza o futuro desejado ajuda a motivar. E, a providência prática mais eficaz é fazer o planejamento de horários e matérias a serem estudados. Traga o problema para o “seu campo de atuação”: defina dia, hora e matéria para sair da inércia. Defina o treino e comece.
O caminho a ser trilhado até a vaga é bastante árduo e pode apresentar sérias dificuldades. É assim com a maioria dos concurseiros. Cada um tem a sua história e precisará ser firme para superar as pedras que surgirem.
Mas a aprovação é um fato e somente uma questão de tempo para quem faz o trabalho necessário. Depois de romper a faixa de chegada e ocupar seu lugar de servidor público, dificuldades e possíveis reprovações serão apenas cicatrizes das batalhas travadas e da coragem de ter seguido até a vitória. Todos os dias da vida serão dia de comemorar.
Então, faça o melhor que puder a cada dia e aguarde os resultados. Eles virão.
Fonte: Lia Salgado
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