sábado, 20 de setembro de 2014

Eu não tenho medo de resultados ruins

Eu não tenho medo de resultados ruins.
Eu os comemoro.

Só tem resultado ruim quem teve coragem de ir jogar.
Só alguém doente da cabeça ou do coração fica feliz com resultado ruim, mas nem sempre uma derrota pode ser considerada "ruim". Perder com honra, perder lutando, perder dando seu melhor, isso tudo não é derrota, é jogar o jogo. Perder aprendendo como o adversário joga, ou como você deve jogar quando jogar de novo não é perder: é treinar.
Existem dias bons e dias ruins, resultados bons e resultados ruins.
Não podemos nunca nos acomodar com resultados ruins porque uma série deles é a morte do projeto, seja da carreira, da empresa, seja do sonho que temos, da meta que buscamos.
Porém, resultados ruins são parte do jogo e, quando aprendemos com eles e não desistimos, eles são as pedras sobre as quais pavimentamos o sucesso.
Eu comemoro meus resultados ruins sempre que fiz meu melhor e minha paga foi a derrota. Eu comemoro minha coragem.
Eu comemoro meus resultados ruins porque cada um deles é um laudo pericial que pode me ensinar como jogar melhor o jogo seguinte.
Eu comemoro meus resultados ruins porque sou maior do que eles.
Eu comemoro meus resultados ruins porque eles tornarão maior minha glória e fornecerão mais paginas quando os livros forem contar minhas vitórias.
As vezes o livro é a lista de aprovados no Diário Oficial, as vezes são os registros da Junta Comercial, as vezes do Imposto de Renda, as vezes o jornal que publica uma parte da nossa história... a história do mundo está em muitos livros e eu aceito estar em qualquer livro desde que ele conte uma história com honra e, por isso, bonita.
Eu comemoro cada dia. Eu comemoro cada derrota.
Talvez por isso eu tenha tantas vitórias para comemorar.
Espero que você, que lê esse texto,
brinde a si mesmo por cada derrota que cujo amargo gosto já provou,
que comemore sua coragem,
que se orgulhe de si mesmo,
que aprenda com elas e
que tente outra vez, e outra vez até que
a vitória, enfim, se entregue a você.




        

 Por William Douglas
Escritor, Juiz Federal, Professor


sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Dicas de Como Definir Metas e Objetivos Pessoais e Cumpri-los




“Metas são sonhos com prazos definidos”. Dana Scharf-Hunt
Muitas pessoas sentem como se estivessem à deriva no mundo. Elas trabalham duro, mas parecem não chegar a lugar nenhum. Uma das principais razões para que se sintam dessa forma é que eles não passaram tempo suficiente pensando o que querem da vida, e não fixaram metas formais. Afinal, você se prepararia para uma grande viagem sem nenhuma ideia real de seu destino? Provavelmente não!
Fixação de metas é um processo poderoso para pensar sobre seu futuro ideal, e para motivar-se para transformar a sua visão desse futuro em realidade.
O processo de estabelecimento de metas ajuda você a escolher onde você quer chegar. Ao saber exatamente o que você quer conseguir, você sabe onde você tem que concentrar seus esforços. Você também vai detectar rapidamente as distrações que podem, facilmente, o enganar.

Por que definir metas?

Estabelecimento de metas é usado por atletas de alto nível, empresários bem sucedidos e empreendedores em todos os campos. Estabelecimento de metas dá-lhe visão de longo prazo e de curto prazo. Centra a sua aquisição de conhecimentos e ajuda a organizar seu tempo e seus recursos para que você possa tirar o máximo partido da vida.
Determinando, objetivos claramente definidos, você pode medir e orgulhar-se na realização daqueles objetivos, e você verá progredir o que poderia previamente ter parecido um caminho longo inútil. Você também vai aumentar sua autoconfiança, como reconhecendo sua própria capacidade e competência na realização dos objetivos que você definiu.

Dê partida para definir metas pessoais

Você define suas metas em níveis:
· Primeiro você cria a sua “grande visão” do que você quer fazer com sua vida (ou, digamos, nos próximos 10 anos), e identifica os objetivos em grande escala que pretende alcançar;
· Então, você subdivide esses padrões em os alvos menores e menores que você deverá bater para alcançar seus objetivos;
· Finalmente, depois de ter seu plano, você começa a trabalhar nele para alcançar as metas estabelecidas.
É por isso que começamos o processo de definição de metas, olhando para os objetivos. Então, trabalhamos para as coisas que podemos fazer, digamos, nos próximos cinco anos, ou então, ano que vem, mês que vem, na próxima semana, até hoje, para começar já a nos mover em direção a eles.
Passo 1: Definindo Metas
O primeiro passo no estabelecimento de metas pessoais é considerar o que você deseja alcançar em sua vida (ou pelo menos, em um tempo significativo no futuro).

O estabelecimento de metas de vida lhe dá a perspectiva global que molda todos os outros aspectos da sua tomada de decisão.

Para dar uma cobertura ampla e equilibrada de todas as áreas importantes em sua vida, tentar estabelecer metas em algumas das seguintes categorias (ou em outras categorias próprias que são importantes para você):
· Carreira – Qual o nível que você deseja alcançar em sua carreira, ou o que você quer alcançar?
· Financeiro – Quanto você quer ganhar, por que quanto tempo? Como isso está relacionado com seus objetivos de carreira?
· Educação – Existe algum conhecimento que você deseja adquirir, em particular? Que informações e habilidades você precisa ter para alcançar outros objetivos?
· Famíliar – Você quer ser um pai? Se sim, como você vai ser um bom pai? Como você quer ser visto por um parceiro ou por membros de sua família?
· Artística - O que você deseja alcançar em objetivos artísticos?

· Atitude – Há qualquer parte do seu modo de pensar prendendo você? Existe alguma etapa do caminho que seu comportamento lhe perturba? (Se sim, definir uma meta para melhorar o seu comportamento ou encontrar uma solução para o problema.)
· Física – Existe algum objetivo físico que você deseja alcançar, ou você quer uma boa saúde na velhice? Quais os passos que você vai fazer para conseguir isso?
· Prazer – Como você quer se divertir? Você deve garantir que alguns momentos de sua vida são para você!
· Serviço público – Você quer fazer do mundo um lugar melhor? Caso afirmativo, como?
Passe algum tempo refletindo estas questões, e em seguida, selecione uma ou mais metas em cada categoria que melhor refletem o que você quer fazer. Depois, considere cortar novamente para que você tenha um pequeno número de pontos realmente significativos nos quais, você pode se concentrar.
Ao fazer isso, certifique-se que os objetivos que você definiu são aqueles que você realmente deseja alcançar, e não aquelas que os seus pais, familiares ou empregadores podem querer. Se você tem um parceiro (a), você provavelmente vai querer considerar o que ele ou ela quer – no entanto, certifique-se de também permanecer fiel a si mesmo!
Passo 2: Definir metas menores
Depois de ter definido os seus objetivos de vida, definir um plano de metas menores para cada cinco anos, que você precisa para concluir se quiser alcançar seu plano de vida.
Em seguida, crie um plano de um ano, plano para seis meses e um plano de um mês de metas progressivamente menores. Cada um destes deve ter como base o plano anterior.
Em seguida, crie um diário fazendo uma listagem de coisas que você deve fazer hoje para trabalhar para seus objetivos.
Numa fase inicial, seus objetivos menores poderiam ser os de ler livros e reunir informações sobre a realização de seus objetivos de nível superior. Isso irá ajudá-lo a melhorar a qualidade e realismo do seu estabelecimento de metas.
Finalmente reveja seus planos, e certifique-se que eles se encaixam na maneira pela qual você quer viver sua vida.
Ficar no Rumo
Assim que tiver decidido o seu primeiro conjunto de metas, mantenha o processo em andamento, revendo e atualizando sua listagem periodicamente.
Reveja também periodicamente os planos de longo prazo, e adéque-os para refletir sua mudança de prioridades e experiências. Uma boa maneira de fazer isto é agendar revisões regulares como uma planilha em um computador.
Por exemplo, em vez de ter “Navegar ao redor do mundo” como um objetivo, é mais poderoso dizer “Ter completado minha viagem ao redor do mundo até 31 de dezembro de 2015.” Obviamente, isso só será possível se um monte de preparação for concluído com antecedência!

Dicas de configuração de metas

As seguintes diretrizes gerais vão ajudar você a definir metas eficazes e alcançáveis:
  • · Estabelecer cada meta como uma declaração positiva – Expresse seus objetivos de forma positiva – “Execute esta técnica bem” é uma meta muito melhor do que
  • Não cometa este erro estúpido”
  • · Ser mais preciso: Definir metas precisas, colocando em datas, horários e valores de modo que você pode mensurar a realização. Se você fizer isso, você saberá exatamente quando você tiver alcançado o objetivo, e pode ter completa satisfação de tê-lo alcançado.
  • · Prioridades definidas – Quando você tem vários objetivos, dê a cada uma sua prioridade. Isso ajuda você a evitar o sentimento oprimido por ter muitos objetivos, e ajuda a direcionar sua atenção para as mais importantes.
  • · Escreva as metas estabelecidas – Isto as cristaliza e dá-lhes mais força.
  • · Manter metas operacionais pequenas – Manter as metas dos níveis menores como pequenas e realizáveis. Se um objetivo é muito grande, então pode parecer que você não está fazendo progressos nesse sentido. Mantendo pequenas metas e incrementá-las dá mais oportunidades de recompensa.
  • · Definir metas de desempenho, e não as metas de resultado – Você deve ter o cuidado de definir metas sobre as quais você tem controle, tanto quanto possível. Pode ser bastante desanimador não conseguir atingir um objetivo pessoal, por razões além de seu controle!
  • · Nos negócios, essas razões podem ser ambientes de negócios ruins ou efeitos inesperados da política governamental. No esporte, eles podem incluir erros de julgamento, o mau tempo, lesão, ou simplesmente má sorte.
  • · Se você basear seus objetivos no desempenho pessoal, então você pode manter o controle sobre a realização de seus objetivos, e ter satisfação com eles sejam quais forem as adversidades que possam surgir.
  • · Estabeleça metas realistas – É importante definir metas que você pode conseguir. Todos os tipos de pessoas, por exemplo, os empregadores, os pais ou a média da sociedade, podem definir metas irrealistas para você. Muitas vezes eles vão fazer isso na ignorância de seus próprios desejos e ambições, baseando-se em si mesmos.
  • · Também é possível definir metas que são muito difíceis porque você não pode determinar o tanto dos obstáculos no caminho, ou entender completamente o quanto de habilidade você precisa desenvolver para alcançar um determinado nível de desempenho.
Quando você tiver alcançado um objetivo, tenha tempo para desfrutar da satisfação de ter feito isso. Absorva as implicações da realização do objetivo, e observe o progresso que você fez para outros objetivos.
Se o objetivo era significativo, se recompense de forma adequada. Tudo isso ajuda a construir a autoconfiança que você merece.

Com a experiência de ter atingido este objetivo, reveja o restante de suas metas

· Se você alcançou o objetivo com muita facilidade, faça a sua próxima meta mais difícil.
· Se o objetivo foi desanimador por levar muito tempo para alcançar, fazer a próxima meta um pouco mais fácil.
· Se você aprendeu algo que irá levá-lo a mudar outras metas, faça-o.
· Se você notou um déficit em suas habilidades apesar de alcançar a meta, decida-se a estabelecer metas para resolver isso.
Lembre-se que cumprir as metas não é tudo, contanto que você aprenda com a experiência. Lições aprendidas realimentam sua definição de objetivos. Lembre-se também que seus objetivos vão mudar conforme o tempo passa. Ajuste-os regularmente para refletir o crescimento do seu conhecimento e experiência, e se as metas não detêm qualquer atração por mais tempo, considere dispensá-las.

Exemplo de configuração do objetivo

Para sua Resolução de Ano Novo, Susana decidiu pensar sobre o que ela realmente quer fazer com sua vida.
As metas de sua vida são as seguintes:
· Carreira – “Ser Analista Judiciário do Tribunal de Justiça”.
· Prazer – “Viajar para Paris”
· Física – “Correr 10 “km por dia”.
Agora que Susana tem listados os objetivos de sua vida, então ela quebra cada um deles em menores objetivos mais manejáveis.
Vamos dar uma olhada em como ela poderia quebrar seu objetivo de carreira vida – tornar-se analista do Tribunal de Justiça:
· Cinco anos: objetivo “Fazer Curso superior em Direito.” “Abrir uma Poupança para Viagem”; Fazer avaliação Física e começar a caminhar”
· Um ano-meta: “Estudar para concurso Público do Tribunal de Justiça. “Fazer depósitos de maior valor na poupança”; Correr 5 km todos os dias;
· Seis meses objetivo: “Prestar concurso público e ser aprovado.” Fazer programação detalhada da viagem, hospedagem, parte aérea, etc; Correr 8km todos os dias
· Um mês-objetivo: “Tomar posse do cargo no Tribunal de Justiça.” Arrumar Enxoval para viagem; Correr os 10 km todos os dias!
· Objetivo de uma semana”Partir em viagem para Paris e desfrutar do passeio antes de iniciar o trabalho no tribunal”
E assim, vai quebrando as metas em detalhes, e cumprindo cada etapa, recompensando-se e partindo para a seguinte.
Como você pode ver a partir deste exemplo, quebrando objetivos grandes em menores, as metas mais fáceis de gerenciar torna muito mais fácil para ver  a meta final cumprida.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Conheça os mitos e verdades sobre a RITALINA - a droga dos concurseiros





Uma droga vem ganhando adeptos entre os concurseiros. Lançado em meados da década de 1950 para o tratamento de crianças com quadros de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, o metilfenidato, princípio ativo do medicamento mais conhecido comercialmente como “Ritalina” (veja bula completa), passou a ser popular também entre adultos, grupo cada vez mais diagnosticado com o distúrbio antes tido como infantil.

No entanto, o medicamento tem sido usado sem indicação médica, para, entre outras finalidades, a suposta melhoria da concentração durante os estudos, inclusive de concursos públicos. Em função disso, a droga entrou para o rol da ilegalidade, e é vendida livremente sem prescrição médica em salas de bate-papo na internet.

O metilfenidato potencializa a ação dos neurotransmissores noradrenalina e dopamina, reduzindo o que é clinicamente chamado de déficit de atenção, o DAH. Isso faz com que o indivíduo hiperativo fique mais atento, concentrado. Essa ação da Ritalina junto aos hiperativos leva muitos concurseiros a usarem o medicamento em busca de resultados semelhantes. No enteanto, é  falsa a impressão de que a droga aumenta a capacidade de acumular mais informações em menos tempo. Se funcionasse de fato, o candidato teria uma vantagem considerável em relação aos demais.

Efeitos colaterais

A psiquiatra Andiara de Saloma comenta que é um equívoco o uso indiscriminado do metilfenidato por pessoas que não têm os problemas para os quais ele é indicado, pois a droga não aumenta a capacidade de armazenamento de informações. “O cérebro tem limites e quando alguém está estudando, essa pessoa precisa do tempo adequado de descanso e sono para que possa armazenar as informações assimiladas. A ideia de que as drogas podem aumentar a capacidade de armazenamento é um grande erro”, esclarece.

Além disso, o uso excessivo da Ritalina pode trazer sérias consequências para a saúde. A utilização sem necessidade pode causar efeitos colaterais como taquicardia, dores no peito e até perda de libido.

Risco de dependência

Andiara alerta ainda que o medicamento utilizado pelos concurseiros é de liberação imediata das substâncias e, por isso, há risco de dependência. “Após algum tempo de uso, o indivíduo precisará de doses maiores para obter o efeito desejado”.

Ela salienta que o  metilfenidato é um estimulante indicado para pacientes cujos quadros clínicos apontam, grosso modo, a carência de dopamina e noradrenalina no cérebro. “Quando o indivíduo não sofre da falta desses neurotransmissores, o uso do medicamento tem uma maior chance de causar um aumento excessivo da disponibilidade dessas substâncias. O cérebro, por sua vez, criará estratégias de defesa para regular a sua quantidade, o que pode resultar em dependência”.

O risco pode levar a um efeito contrário. Ao invés de proveitoso, o uso dos comprimidos se transforma em um transtorno. De acordo com a psiquiatra, em casos extremos, os dependentes experimentam quadros severos como a falta de iniciativa para as tarefas mais corriqueiras do cotidiano, como os cuidados pessoais e a própria higiene, além de perderem o prazer e a motivação para realizar qualquer atividade. “Existe tratamento para esse quadro, porém, é uma difícil jornada, como em qualquer dependência química”, comenta.

Segue abaixo uma matéria publicada do Jornal Estado de São Paulo que apresenta um estudo da Unifesp demonstrando que a Ritalina não aumenta a memória de longo prazo ou a inteligência. Vejamos:

A Ritalina não promove melhora cognitiva em pessoas saudáveis. Indicada para transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), ela tem sido usada por estudantes que buscam melhor desempenho em provas e concursos. Apesar da fama que lhe rendeu o apelido de “pílula da inteligência” ou “droga dos concurseiros”–, uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mostra que o medicamento não beneficia a atenção, a memória e as funções executivas (capacidade de planejar e executar tarefas) em jovens sem o transtorno.

A psicóloga Silmara Batistela, autora do estudo, decidiu investigar o tema ao perceber a popularização da prática de doping mental. “É muito comum ouvir o relato de pessoas que, para passar a noite estudando antes da prova, tomam Ritalina”, diz. O objetivo da pesquisadora era avaliar se o consumo do medicamento, cujo princípio ativo é o cloridrato de metilfenidato, realmente trazia vantagens cognitivas.

Ritalina 
O que é – Nome comercial mais conhecido do metilfenidato, que é da família das anfetaminas. 
Uso – É prescrita para crianças acima de 6 anos e adultos portadores de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. 
Efeitos – Age no sistema nervoso central, potencializando a ação dos neurotransmissores da noradrenalina e da dopamina, ampliando a concentração. 
Efeitos colaterais – Pode causar dificuldade para dormir, alterações no humor, dor de cabeça e até mesmo perda de libido. (Fonte: Anvisa)

Para a pesquisa, foram selecionados 36 jovens saudáveis de 18 a 30 anos. Eles foram divididos aleatoriamente em quatro grupos: um deles tomou placebo e os outros três receberam uma dose única de 10mg, 20mg ou 40mg da medicação. Depois de tomarem a pílula, os participantes foram submetidos a uma série de testes que avaliaram atenção, memória operacional e de longo prazo e funções executivas. O desempenho foi semelhante nos quatro grupos, o que demonstrou a ineficácia da Ritalina em “turbinar” cérebros saudáveis.

“O uso não alterou a função cognitiva. A única diferença que observamos foi que os que tomaram a dose maior, de 40 mg, relataram uma sensação subjetiva de bem-estar maior em comparação aos demais”, diz Silmara.

Perigos

O psiquiatra Dartiu Xavier da Silveira, diretor do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes (Proad) da Unifesp, observa que o mito de que a Ritalina teria o potencial de tornar alguém mais inteligente não faz sentido. “A pessoa fala que consegue estudar a noite inteira com o remédio. Isso é porque ela fica acordada e não porque tem uma melhora na atenção”, diz. Ele observa que o aprendizado sob o efeito da droga consumida inadequadamente é de má qualidade.

Silveira destaca que existem perigos relacionados ao uso inadequado do medicamento. O consumo aumenta os riscos de problemas do coração e pode levar a um quadro de arritmia cardíaca. O especialista acrescenta que, tratando-se de uma anfetamina, a droga apresenta também um potencial de abuso, razão pela qual é controlada e só pode ser comprada com receita especial.

A alternativa para os que resolvem usar a Ritalina sem ter indicação é recorrer ao mercado negro. Estudantes relatam que não é difícil encontrar fornecedores anunciando o produto em fóruns de discussão na internet.

Um estudante de Economia de 22 anos, que preferiu não se identificar, conta que soube dos efeitos da Ritalina por um amigo. “Ouvi falar de uma droga que todos universitários estavam usando na Europa e nos Estados Unidos para aumentar a concentração. Li sobre seus efeitos colaterais, para o que servia e, como sempre me achei um pouco hiperativo, resolvi experimentar.” As duas primeiras caixas foram compradas de um conhecido. Depois, encontrou um fornecedor na internet que atende aos pedidos dele e de seus amigos. “A gente pede de uma vez só várias caixas.” Para o universitário, que toma o remédio para estudar aos fins de semana ou à noite, quando pretende varar a madrugada entre os livros, a principal vantagem é tirar o sono. “O ganho está nas horas a mais que estudo na madrugada.”

Segundo ele, também há um aumento na concentração e na atenção. “Não fiquei mais inteligente, mas meu tempo de dedicação aos estudos aumentou”, relata. Ele, que foi um dos primeiros entre seus amigos a usar o recurso, conta que hoje conhece cerca de 15 pessoas que aderiram. Um de seus amigos, também estudante de Economia, conta que aderiu à pílula por ter dificuldade de ler textos longos. “Eu começo a me dispersar no meio deles. Como trabalho o dia inteiro, acaba me faltando tempo para conseguir ler volumes grandes.” Para ele, a Ritalina o ajuda a ler bastante sem se dispersar.

Encenação

Outra estratégia que tem sido adotada para obter o remédio é simular os sintomas do TDAH na esperança de ganhar uma receita. O neuropediatra Paulo Alves Junqueira, membro da Academia Brasileira de Neurologia (Abneuro), conta que tem existido essa demanda, principalmente entre os concurseiros. “O médico precisa ter a habilidade de identificar esses casos: o TDAH não vem de uma hora para outra. É um transtorno incapacitante que acompanha o paciente ao longo da vida.”

Segundo levantamento feito pelo Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma) a pedido do Estado, houve um crescimento de quase 50% na venda de remédios à base de cloridrato de metilfenidato no Brasil entre 2008 e 2012. Entre setembro de 2007 e outubro de 2008 foram vendidas 1.238.064 caixas, enquanto entre setembro de 2011 e outubro de 2012 as vendas cresceram para 1.853.930 caixas. Nesse intervalo, os valores gastos com a medicação passaram de R$ 37.838.247 para R$ 90.719.793.

Remédio é popular entre os que prestam concursos

Um dos grupos em que o uso irregular de Ritalina é mais popular é o dos “concurseiros”: aqueles que se preparam para conseguir uma aprovação nos concorridos concursos públicos. O juiz do Trabalho Rogerio Neiva, que dá aula em curso preparatório e pesquisa sobre neurociência da educação, conta que percebe entre seus alunos “a ideia de que, tomando a Ritalina, vão ter a fórmula mágica do sucesso intelectual e cognitivo”.

Para ele, a grande atração dos estudantes pela droga vem da esperança de que ela acelere o processo de aprendizado. “Os ‘concurseiros’ estão atrás da facilidade, da dica, do esquema. É fácil, portanto, cair em qualquer discurso que se aproxime da ‘pílula do sucesso’”, diz.

No caso de uma “concurseira” de 30 anos, que preferiu não ser identificada, o uso inadequado da Ritalina veio por sugestão de um médico. Ela fazia um tratamento psiquiátrico para distúrbio de humor e sempre reclamava de sua falta de concentração e dificuldade de reter o conteúdo estudado. “Quando você estuda há algum tempo e os resultados positivos não vêm, você fica buscando justificativas.” Seu médico fez, então, algumas perguntas para identificar possíveis sinais de TDAH. Como ela respondeu positivamente a alguns desses sinais, o profissional sugeriu o uso de Ritalina como teste, para ver se ela teria resultado positivo. “Hoje, vejo que foi um teste irresponsável das duas partes: ele, como médico, e eu, como adulta e consciente.”

A estudante diz que logo começaram a surgir os efeitos negativos. Com a droga, ela conseguia estudar por várias horas, mas se esquecia de tomar água e se alimentar. “A concentração realmente aumenta, mas é falha, porque ficar sentada nem sempre quer dizer que você está aprendendo.” Depois de alguns meses de uso, começou a sentir dores de estômago, prisão de ventre e tremedeira nas mãos.

Em uma ocasião, viajou para fazer uma prova e esqueceu o remédio no hotel. Antes do início do exame, o nervosismo era tanto por saber que teria de fazer a prova sem a droga, que ela roeu todas as unhas. “Desde esse dia, comecei a avaliar se estava vidrada no medicamento, se tinha viciado.”

Quando suspendeu o uso, passou meses sem estudar direito. “Acho que piorei em concentração: é como se eu tivesse ficado sozinha, sem o remédio que me garantia sucesso. Daí veio o choro e a revolta.” Hoje, ela conseguiu uma aprovação, que credita aos cinco anos de estudo, e não à droga.

Neiva observa que a atração pela Ritalina também pode decorrer do fato de que a vida do “concurseiro” não é fácil. “A preparação é um processo intelectualmente desgastante. É uma fase difícil e é natural que as pessoas tentem buscar recursos para minimizar desgastes”, diz.

Substância é eficaz contra déficit de atenção.

No caso de pessoas efetivamente diagnosticadas com TDAH, a Ritalina promove o aumento dos níveis de dopamina no cérebro. Trata-se de um neurotransmissor que aumenta o estado de alerta e melhora a cognição, por isso geralmente promove uma melhora nos estudos.

O neuropediatra Paulo Alves Junqueira, membro da Academia Brasileira de Neurologia (Abneuro), afirma que a droga não aumenta a inteligência nem fornece habilidades que a pessoa não tinha anteriormente, “mas deixa o paciente pronto para trabalhar em dobro porque tira a fadiga e estabelece um esforço para que consiga se manter em determinadas tarefas”.

O diagnóstico é clínico. “É necessário fazer uma entrevista artesanal, longa, com várias questões. Tem de saber das trajetórias do paciente e o quanto tem de prejuízo nos relacionamentos, no trabalho e na autoestima”, diz. Constatado o transtorno, é preciso inquirir o histórico cardiovascular do paciente. Os que já tiveram problemas no coração não devem usar a droga.

“Para quem precisa, o remédio muda a história de vida do indivíduo. Ouço relatos de portadores que, depois de serem diagnosticados, mudaram de vida, entraram na faculdade e tiveram várias realizações. Isso é gratificante”, diz Junqueira.

Para o psiquiatra Dartiu Xavier da Silveira, a fama da Ritalina de tornar as pessoas mais inteligentes vem do fato de que portadores de TDAH são frequentemente rotulados de preguiçosos antes do diagnóstico. “Depois de medicados, o rendimento escolar passa a ser muito bom. Por isso os pais brincam que é a ‘pílula da inteligência’. Tenho um paciente que diz que ficou ‘nerd’ depois da Ritalina.”

Fonte: O Estado de SP

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

De Concurseiro para Concurseiro

Concurseiro que é concurseiro, é solidário com seus companheiros de luta e baseada nisso, sempre que der estarei disponibilizando algum material de interesse comum a nós, batalhadores!


Para começar, dividirei com vocês esta Gramática poderosíssima do Fernando Pestana. Espero que aproveitem tanto quanto eu. 
Para fazer o download basta clicar neste link.


Conheça o estilo das 6 principais bancas de concursos públicos



Professores e especialistas em concursos públicos são unânimes em afirmar que conhecer as particularidades da banca examinadora conta pontos a favor dos concurseiros. Confira o perfil das 6 grandes bancas examinadoras de concursos públicos: Fundação Carlos Chagas, Cesgranrio, Cespe, FGV, Vunesp e Esaf.

“O candidato que conhecer o estilo da banca, suas exigências e nível de dificuldade, estará mais preparado para a prova, fugindo de erros e surpresas”, diz Pedro Moura, presidente do Grupo Nova, especializado em material didático para concursos.


Pensando nisso Exame.com foi investigar o perfil das seis principais bancas examinadoras. Confira as características mais marcantes de cada uma delas e as dicas para se dar bem na suas seleções para a carreira pública:


1 – Fundação Carlos Chagas (FCC) 

Realiza concursos federais, estaduais e também municipais. As questões geralmente são bastante objetivas, e mesmo que sejam extensas, não têm muito mistério, segundo Isis Cordiola Agostin, revisora do grupo Nova.

Candidatos devem ficar atentos com as provas de português e de direito que são bem equilibradas e exigem um grau de análise e conhecimento literal às leis. “Em Direito, a FCC cobra bastante letra da lei em questões que podem apresentar casos”, diz ela.


Geralmente nenhum item do edital é deixado de fora da prova. A apresentação das questões é objetiva. Uma “pegadinha” que pode atrapalhar os concurseiros mais desatentos está nos enunciados das questões de múltipla escolha. “Eles costumam pedir para o candidato assinalar a alternativa incorreta, e acabam pegando muita gente nesse detalhe”, diz Isis.


Dica: Decore leis e treine bastante a escrita de redações. “É interessante o candidato praticar com provas anteriores porque a forma da questão geralmente é a mesma, não muda muito de um concurso para outro”, indica Isis.


2 – Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da UNB (Cespe) 

É, de longe, a mais temida pelos concurseiros. Realiza concursos do Banco do Brasil e é a banca examinadora do concurso de analista e técnico do Banco Central, que está com inscrições abertas.

“As questões são multidisciplinares e complexas”, diz Isis. A prova de português geralmente é bastante longa e cansativa, segundo ela.


O Cespe aposta em questões em que é preciso assinalar certo e errado nos enunciados e isso pede atenção redobrada dos candidatos. Isso porque a banca anula a questão inteira se o concurseiro errar apenas parte da resposta. “Por isso, é melhor evitar chutes porque há risco de diminuir os pontos”, diz a revisora do Grupo Nova.


Além disso, os concurseiros devem estar afiados em atualidades. “O Cespe cobra muita jurisprudência, ele querem que o candidato esteja sempre muito atualizado”, diz ela.


Dica: Pratique a leitura rápida e concentrada para não perder muito tempo de prova lendo enunciados. “Isso só é possível com muito treino”, lembra Isis. Aposte em simulados com perguntas de alternativas.


3 – Cesgranrio 

Costuma realizar os concursos da Petrobras, de bancos, do IBGE e atualmente está fazendo a seleção da Liquigás.

O nível de cobrança é médio e é conhecida como uma banca metódica com provas separadas por matérias. “As questões são parecidas com as da Fundação Carlos Chagas, com a cobrança de texto de lei e enunciados não tão complexos quanto os do Cespe”, diz Isis.


Aposta e gráficos e imagens nas questões de atualidades, raciocínio e de interpretação. 

“A prova de inglês é considerada difícil, e o candidato deve ficar atento às questões de interpretação de texto”, diz Isis.

Dica: Pratique com provas de concursos anteriores, a banca costuma cobrar questões antigas.


4 – Fundação Getúlio Vargas (FGV) 

Faz concursos de câmaras municipais, da Polícia Civil do Rio de Janeiro e secretarias. É a banca responsável pela prova da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). 
“É uma banca imprevisível, não tem padrão, munda muito de uma prova para outra”, diz Isis. Mas, ela destaca algumas características que são mais frequentes. “Traz texto longos para interpretação de texto e gramática. Na parte de direito tem cobrado casos práticos e, questões multidisciplinares envolvendo também texto de lei”, diz Isis.

Dica: Estude bastante o edital, não deixe nenhum item de fora. “Pode cobrar até nota de rodapé”, diz Isis. Preste atenção às bibliografias exigidas porque elas são cobradas também. Aposte em exercícios variados.


5 – Vunesp 

Responsável pelos concursos da Polícia Civil paulista, tribunais de justiça, Cetesb, prefeituras paulistas, entre outros. Em setembro, os candidatos do concurso do Detran vão realizar provas elaboradas pela Vunesp.

“A prova de português costuma ser bastante elementar, cobra bastante gramática, mas pode ser que uma ou outra questão seja mais complexa. Em Direito o candidato deve conhecer bem o texto da lei”, diz Isis.


Segundo ela, os concurseiros devem ficar atentos já que o perfil da Vunesp tende a mudar. “Ainda é uma prova tranquila, mas estão querendo complicar um pouco”, diz.


Dica: Aposte no texto de lei e no estudo de gramática e resolva provas anteriores para perceber melhor o estilo das questões.


6 – Esaf 

Também costuma deixar os concurseiros de cabelo em pé. Faz concursos da Fazenda e Tesouro Nacional. “É uma banca polêmica que traz temas em que não há consenso entre os doutrinadores. Diante disso, seus concursos acabam tendo volume de recursos o que pode até atrasar o andamento da seleção”, destaca Isis.

As questões são bem elaboradas e complexas, com estudo de casos em direito e cobrança da letra de lei. “Candidato tem que estar bastante preparado, porque o grau de dificuldade é de médio para alto”, diz.


Dica: Como a banca não costuma cobrar todos os itens do edital, fazer provas de concursos anteriores é uma boa maneira de direcionar seus estudos para os conteúdos que aparecem mais frequentemente, de acordo com Isis.



Revista Exame

Saiu do ritmo? Veja 7 dicas para retomar o ritmo nos estudos




Depois de retornar das férias ou de alguns dias de descanso, por vezes é difícil retomar os estudos. Afinal, durante esses períodos, quem está estudando para concursos quer relaxar e passa a fazer várias atividades em horários diferentes da sua rotina. Vão para festas noturnas, bebem e comem mais, encontram com os amigos até tarde da noite e abrem mão da disciplina comum do concurseiro.

Além desses (bons!) motivos, existem outras situações que tiram o ritmo dos estudos. Os problemas pessoais podem nos deixar abatidos e causar um momento de desânimo, por exemplo. Grandes eventos, como a Copa do Mundo realizada no país também dispersaram muito de nossa atenção. Os motivos podem ser citados longamente... Mas o que é possível fazer para recuperar a motivação para estudar e “entrar na linha” de novo?

Volte lentamente à sua rotina 
Faça uma transição gradual para retomar sua rotina de estudos, em vez de algo mais abrupto. Aos poucos, pegue os livros e apostilas, consulte suas vídeo-aulas, leia algumas anotações. Você pode começar com uma hora de estudo diário, depois passar para duas horas por dia na semana seguinte, e logo, mais rapidamente do que imagina, vai recuperar sua regularidade e a vontade de estudar. O importante é progredir a cada dia!

Tenha momentos de descanso 
Não tente precipitar ou acelerar muito seu volume diário de coisas a se estudar, considerando que perdeu tempo enquanto estava de férias ou desmotivado. O que passou, passou, e você não deve deixar suas ações no presente o desgastem ainda mais, atrapalhando seu futuro. Portanto, não deixe de tirar momentos de descanso, como fazia normalmente. Cortar o horário de descanso não vai te ajudar a recuperar o ritmo, apenas vai diminuir seu rendimento e aumentar a frustração.

Desvie-se do que lhe tira atenção 
Joguinhos de computador e Internet são hoje em dia os principais esgotadores de atenção e de tempo útil. Mas não são os únicos! Quando a pessoa está desmotivada, ela tenta adiar o bom retorno aos estudos até vendo a programação matutina e sem graça da TV. Cada um sabe o que o faz perder o precioso tempo com inutilidades. Portanto, identifique essas causas e fuja delas. 

Traga coisas novas para sua rotina 
Incremente seu dia a dia com coisas novas para manter a motivação. Vá a um museu, cultive um novo hábito interessante (como cozinhar, por exemplo), passe a fazer exercícios físicos – o que, inclusive, será excelente para sua memória e para potencializar o organismo. Uma nova dinâmica poderá ser muito benéfica para lhe gerar incentivo nos estudos.

Concentre-se em seus objetivos 
Uma das melhores formas de readquirir a energia para estudar para concursos é recordando-se dos motivos que o levaram a começar a se preparar para seguir aquela carreira. Se você se concentrar em tudo que sonhou em relação à tão esperada vaga, com certeza vai tirar mais forças para recuperar seu padrão diário de estudos.

Elabore metas de estudo 
Muito provavelmente, se você fez um bom planejamento de estudos, deve ter traçado metas diárias para dar cabo de certos assuntos ou disciplinas. Volte a eles com honestidade, ou faça novos planos de enfrentamento com o material que tem que estudar. Esforce-se para cumprir as metas estabelecidas para si mesmo.

Dê recompensas a si mesmo 
Ao conquistar suas metas de estudo, outorgue a si prêmios ou compensações. Isso poderá ser uma simples barra de chocolate ou uma saída com os amigos, para relaxar no fim de semana. Mas poderá até ser uma nova viagem de curta duração, se o concurso para o qual estuda ainda estiver longe...

Se você der atenção e seguir à risca essas dicas, com certeza vai reencontrar a força de que tanto precisa para estudar e conquistar a tão sonhada vaga no concurso público.

Fonte: Elo concursos